sábado, 19 de dezembro de 2015

Não quero sobreviver

Hoje eu e Thiago passamos muito tempo conversando sobre nossa vida, nossas conquistas e desafios. Temos só 4 anos e meio de casados, mas parece que já vivemos tantas coisas juntos... Temos nos sentido muito felizes, abençoados e realizados nesses últimos anos, mas já aguentamos muitos desafios.

2012 e 2013 foram anos difíceis. Recompensadores, com certeza, mas MUITO difíceis. Nós dois estávamos fazendo faculdade e trabalhando muito. Nos víamos das 23:30 às 06:00, eu trabalhava sábado e domingo era dedicado a serviços na igreja. Adorava dar aulas, mas comecei a trabalhar demais. O Thiago chegou a fazer 13 matérias em um semestre, mesmo trabalhando. Perdíamos infinitas horas no transito, o que era estressante. Era bom, produtivo, necessário e importante. Mas um dia eu percebi uma coisa que mudou minha vida.

Eu estava vivendo em função de férias e fins de semana. Vivendo não. Sobrevivendo.

Percebi que certas coisas que eu estava fazendo não me traziam alegria nenhuma. Percebi que passava a semana inteira desejando que meio dia de sábado chegasse logo.  E então decidi que não queria mais viver assim. Não queria que minha vida passasse e todos os momentos bons se resumissem em sábados e férias.

A felicidade é uma escolha. É um estado. Mas se há alguma coisa que possa afastá-la nós temos o poder de mudar. Foi então que eu mudei. A mudança começou de dentro. Decidi ser feliz. Depois de tomar essa decisão, comecei a procurar coisas na minha vida que eu podia mudar para ter ainda mais alegria. Passei a dar menos aula e fotografar mais. Diminuiu nossa renda, mas percebi que dinheiro não é sinônimo de felicidade MESMO. Emagreci 8 kg. Não há nada como nos sentirmos bem com nosso corpo... Passei a focar mais nas coisas simples que eu gostava no nosso dia-a-dia, como pedir pizza a noite e ver 10 minutos de filme com o Thiago antes de dormir, ir na casa dos meus pais, dos meus avós, almoços de domingo na casa da minha sogra... Passei a dizer mais não para as coisas que não me agradavam. Fiz planos para poder parar de dar aulas, já que era uma coisa que tinha se tornado mais desgastante do que prazerosa.

Aprendi a viver.

Atualmente, quase todos os dias, quando o Thiago chega em casa, ele dá janta para a Bella, damos banho, lemos um livrinho, dou mamá, fazemos oração e ele coloca ela para dormir. Depois vamos ficar juntos um pouco e quase todos os dias um de nós fala "amo nossa vida". E não é porque nossa vida é perfeita. Não é. Definitivamente não. Brigamos, choramos, passamos apertos e tudo. Mas sempre que eu percebo que estou louca para a semana acabar ou para as férias chegarem, eu me pergunto o que eu poderia ter feito diferente naquele dia para não precisar de fim de semana. É uma constante avaliação, constante mudança e constante busca.

Acredito que essa experiência de viver é única e não deve ser desperdiçada. Todos podemos ser felizes todos os dias. Não quero só sobreviver. Quero viver. Quero viver intensamente.








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