sexta-feira, 29 de maio de 2015

Desapegando...

Abro o armário da cozinha. Me deparo com tantas coisas que não sei o nome, não sei nem como usar, nem para o que servem. Pego a primeira, olho pra ela, tão novinha. Por alguns momentos fico apreciando e pensando em quem me deu e se um dia poderei comprar outra igual. Suspiro, tiro uma foto, digito alguma coisa tosca no google e descubro o nome "gourmet" da coisa. Descubro que uma nova custa caro. Nossa, acho que nunca mais vou ter uma dessas. Suspiro de novo. Com o coração partido publico, esperando que alguém compre logo.

Por um momento reflito nas coisas que estou deixando pra trás. Não as materiais. Não sou apegada. Sempre gostei de doar minhas coisas, se pudesse doaria tudo. Mas não tem jeito. Tenho uma vida pra reconstruir em outro lugar. Mas penso nas histórias por trás de cada objeto, cada canto da minha casa. Casa não, lar. Afinal, foram 4 anos maravilhosos no nosso cantinho. Um apartamento tão lindo, decorado e caprichado. Cada cantinho aproveitado e cheio de amor. Até a sala virou quarto de bebê. Sempre coube mais amor. Nem me importo com as escadas. Sempre gostei de chegar em casa, tantos momentos maravilhosos com meu marido, as vezes só pra dar um beijo de boa noite e dormir e no dia seguinte um beijo de bom dia e sair. Confesso que um dia cheguei as 23:00 tão cansada que dormi no carro. O Thiago ficou desesperado porque nem atendi o celular e não chegava. Mas sempre adorei nosso cantinho, com nossas regras. Pode comer no quarto, pode deixar a louça pra amanhã, pode filme de madrugada, mas não pode TV aberta, futebol e novela.

É como se cada objeto fosse testemunha desses momentos, dessa alegria e pouco a pouco percebo que estou desapegando deles e dessa vida. É uma nova etapa. Vamos buscar outras coisas que vão testemunhar as próximas fases da nossa vida. E sempre vai ser assim.

E então me sinto grata por ter registrado tantos  momentos felizes.





















sábado, 9 de maio de 2015

Ser como você

Querida mamãe,

uma das frases que mais ouvia você dizer era "você vai entender  quando for mãe". Tenho que confessar que desde que me tornei mãe, pude compreender melhor algumas coisas. Entendi por que sou seu hamster, experimento de laboratório, cobaia. Aprendi que não existe mãe perfeita, mas sim um amor perfeito. 

Muitas vezes me pego pensando nas coisas que fazíamos juntas e que quero fazer com minha filha, e me lembro o quanto gostava de me vestir como você. Adorava te imitar. E meu sonho era ser como você. Mãe. Porque pra mim é isso que você sempre foi e sempre vai ser. Acima de qualquer outra coisa, profissão, ou posição, você é mamãe.

E é a pessoa em quem eu posso confiar, apoiar, contar e pedir ajuda. É minha melhor e maior amiga! Minha companheira pras horas que eu preciso, meu colo. E somos tão parecidas as vezes. Teimosas, assim. 

Entendi o que é se doar, assim, completamente e amar fazer isso. Mas já entendia que mães eram assim, porque você nunca mediu esforços. E agora sei porque você virava onça quando alguém maltratava a gente.

Agora entendo o instinto materno, aquele sentimento que mostra o que devemos fazer. Afinal, a gente não vem com manual de instruções. Cada situação é única e cada filho é único. Por isso você dizia que "sentiu". A gente sente mesmo, né, mamãe? 

Então hoje queria te agradecer e te dizer que minha admiração por você aumentou. Afinal, foram 36 meses grávida!!! 

Você é um grande exemplo pra mim. A melhor mãe do mundo. Espero ser pra Bella um pouquinho do que você é pra mim.

Feliz dia das mães.
Te amo

Camillinha



















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