quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Paradoxo

No momento de maior dor, senti ela nascer e a dor se transformou em prazer.
Quando achava que ia morrer, me senti renascer como uma fênix, forte, nova, pronta!
Na maternidade me encontrei ao ver que era algo que me realizava e me trazia prazer, me encontrei ao sentir que era meu propósito nessa vida. Na maternidade me perdi por não saber mais quem sou e quais os meus sonhos. Me vi sem propósito e sem rumo.
Nas minhas maiores convicções me vi de frente com minhas maiores dúvidas. Me senti insegura e incerta.
Através das lágrimas mais doloridas, vi os sorrisos mais doces e senti o toque mais suave, curando cada ferida.
Nas minhas maiores pressas e correrias, vi duas perninhas curtas, parando para ver uma borboleta e o mundo mudou de perspectiva e o relógio diminuiu o ritmo para que eu pudesse apreciar aquele momento.
Nas minhas maiores conquistas encontrei frustrações e barreiras, quando não conseguia realizar o que precisava porque outra pessoa precisava da minha atenção.
Nos momentos mais triviais aprendi lições que nunca imaginei possíveis, sentada no chão de casa, descabelada e descalça.
Na casa bagunçada, encontrei ordem e organização, quando mãozinhas pequenas me ajudaram guardar os talheres, separar as roupas ou limpar a mesinha.
Nos momentos mais silenciosos, senti caos e nos sons mais doces encontrei paz.

Nos meus momentos mais mulher, me senti menina outra vez.